20/07/2009
Mauro Guimarães
Nós, profissionais da reparação automotiva independente, percebemos que a mais de uma década, infelizmente, as companhias seguradoras deixaram de tratar o seguro no aspecto securitário, como lembram os mais antigos, e partiram para o aspecto meramente econômico. A busca desenfreada por resultados,a qualquer preço, trouxeram graves reflexos no nosso setor. Centenas de oficinas reparadoras faliram(e pasme, muitas lotadas de carros de seguradoras), milhares de profissionais do setor perderam seus empregos, assim como milhares de consumidores foram lesados em seus direitos, devido as ações predatórias, praticadas por seguradoras.
A circular 269 da SUSEP, que garante o direito de livre escolha, não estabelece limites quantitativos aos valores a serem pagos nas reparações de responsabilidade das seguradoras. A imposição do poder econômico, como podemos observar neste caso específico, se tornou uma patologia, a tal ponto, que os profissionais de seguros acreditam piamente, que não cometem nenhuma irregularidade operando desta maneira. Lembro ainda, que a responsabilidade e a garantia do serviço cabe ao reparador, que deve obter um lucro justo nas peças que irá aplicar, e na mão de obra e insumos que irá empregar.
Acreditamos que o princípio de livre negociação deva prevalecer. Sendo assim, sugerimos que os representantes das seguradoras, que esperamos em breve sejam todos formados em engenharia automobilística, para que passem a ser responsabilizados pelo que fazem, possam ir as oficinas reparadoras munidos destes princípios, ou pelo menos, tenham uma margem maior de negociação do que a atual(praticamente zero), o que já seria um avanço. A situação atual de uma forma geral, chega a constranger os peritos, tanto quanto a nós reparadores e os consumidores principalmente. Felizmente algumas seguradoras Brasileiras, recentemente (após a CPI) passaram a adotar esta prática, e já vem colhendo resultados positivos na área comercial, afinal, os reparadores são os principais formadores de opinião, juntamente com os corretores.
Os padrões atuais não são aceitos com satisfação nem pelas reparadoras de pequeno porte. Milhares de médias reparadoras não querem nem ouvir falar de serviço para receber de seguradora. As grandes reparadoras credenciadas, também reclamam muito para nossa Entidade, dizem ser obrigadas a sonegar impostos, entre outras coisas, para sobreviver nesse mercado, mas infelizmente se acovardam na hora de enfrentar o poder econômico das seguradoras.
Por fim, vale dizer que ao contrário da imagem que tentam passar sobre o trabalho da nossa entidade, estaremos sempre abertos ao diálogo, e acreditamos que assim, conseguiremos continuar representando dignamente a nossa categoria.
Mauro Guimarães
Delegado Geral
www.sindifupi.org.br