Relatório Final da CPI das Operadoras de Seguro será encaminhado aos órgãos públicos competentes para apuração dos crimes praticados por essas empresas.
Segundo reclamações de inúmeros segurados, as seguradoras obrigam os segurados e terceiros a utilizarem sua rede referenciada/credenciada de oficinas, em troca de vantagens acessórias, tais como carro reserva e desconto na franquia.
Consta ainda que as seguradoras, com a preocupação de reduzir os custos da reparação dos veículos sinistrados, estariam compelindo as oficinas reparadoras a empregarem peças não originais ou usadas nos veículos dos segurados, alimentando o mercado de desmanches e de roubo de automóveis, além de comprometer a qualidade, a perfeição e a segurança dos carros dos consumidores.
Buscou-se também investigar a comercialização de veículos totalmente destruídos, chamados de "salvados", com laudo de perda total, mas com a documentação. A venda de salvados mobilizaria o mercado do crime, já que veículos com perda total seriam utilizados por quadrilhas para "esquentar" outros que são produtos de roubo ou furto. Outro enfoque investigado foi o domínio das oficinas credenciadas/referenciadas em relação às demais oficinas reparadoras, causando concorrência desleal e prejuízo aos segurados e terceiros, o que desrespeita frontalmente a Lei Federal 8.884/94.
Nas reuniões realizadas pela CPI, todas as quartas-feiras, os deputados aprovaram inúmeros requerimentos, receberam diversas informações e ouviram depoimentos de várias pessoas, entre elas representantes das operadoras de seguros (Porto Seguro, Itaú, Mapfre, Tókio Marine, Bradesco, Sulamérica, Unimed, Marítima, Nobre e Unibanco), da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), da Fundação Procon, da Superintendência de Seguros Privados (Susep), do Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura do Estado de São Paulo (Sindifupi), do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa), do Sindicato das Empresas de Desmanche de Veículos, de ex-peritos e de donos de oficinas.
Foram ouvidos também o presidente do Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura do Estado de São Paulo - SINDIFUPI, Ângelo Coelho, o presidente do Instituto Brasileiro Contra Fraudes, Rubens Sanches de Proença, José Berdinardski, promotor de justiça atuante na Defesa do Consumidor, e Evandro Zuliani, diretor da Fundação Procon, entre outros, que apontaram indícios de irregularidades ligadas às seguradoras